
Torcicolo Congênito
19/02/25, 13:00
O Torcicolo Congênito é uma condição que afeta bebês desde o nascimento, causando inclinação e rotação anormal da cabeça devido à contratura de um músculo do pescoço. Se não tratado a tempo, pode levar a assimetrias faciais e problemas posturais. No entanto, a boa notícia é que a fisioterapia precoce tem alta taxa de sucesso, garantindo a recuperação da maioria das crianças antes do primeiro ano de vida.

O Torcicolo Congênito (TC) é definido como uma contratura unilateral do músculo esternocleidomastoideo que, em geral, se manifesta no período neonatal ou em lactentes. Em crianças com TC, a cabeça fica inclinada para o lado do músculo afetado e rodada para o lado oposto.
O diagnóstico é feito clinicamente, observando-se as limitações nos movimentos do pescoço, a elevação do ombro no lado do músculo contraturado e a posição da cabeça em inclinação ipsilateral e rotação contralateral. Um nódulo pode estar presente na porção média do músculo esternocleidomastoideo em aproximadamente 20% dos pacientes.
Devido ao encurtamento muscular unilateral, a criança com TC prefere dormir na posição prona, com o lado afetado para baixo. Tal posição provoca pressão assimétrica no crânio e nos ossos faciais em desenvolvimento. Esta pressão constante na cabeça pode levar a um remodelamento nos ossos da face e resultar em hemihipoplasia facial ou em plagiocefalia.
Existem diversas formas de abordagem do TC, entretanto, o tratamento inicial de escolha é clínico, por meio de fisioterapia. Com o tratamento fisioterapêutico, 90 a 95% das crianças melhoram antes do primeiro ano de vida e 97% dos pacientes melhoram se o tratamento for iniciado antes dos primeiros seis meses. Quando o tratamento fisioterapêutico é tardio, os pacientes podem apresentar complicações como escolioses cervicais e/ou torácicas compensatórias e dores crônicas.
Uma vez feito o diagnóstico e iniciado programa fisioterapêutico, existe a necessidade de complementar o tratamento com cuidados domiciliares, pois a realização diária e constante dos exercícios melhora o TC. Os pais devem ser orientados e encorajados a participar, realizando os exercícios propostos, e a quantidade de sessões pode influenciar o tempo de resolução da doença.
O acompanhamento da evolução do tratamento fisioterapêutico de crianças com TC permitirá melhorar a programação do tratamento e orientar a família quanto aos cuidados domiciliares. O tratamento assistido e assumido pelos pais ou responsáveis pela criança é muito importante na obtenção da cura em tempo reduzido. A conscientização e comprometimento dos familiares no tratamento diário é um fator importante, que deve ser explicado pelo fisioterapeuta durante a orientação dos exercícios.
Trechos retirados do artigo "Torcicolo congênito: avaliação de dois tratamentos fisioterapêuticos", disponível em: https://www.scielo.br/j/rpp/a/y97HdhF6HJHZD8sX7VCmWZy/
A seleção dos trechos foi realizada pela fisioterapeuta Caroline Soares.